O prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB), reeleito neste domingo, deu um tom nacional ao seu primeiro discurso após o anúncio do resultado da votação. Ao lado do governador João Doria (PSDB) e lideranças do seu partido, fez críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro, disse que as urnas derrotaram o “obscurantismo e o negacionismo” e que São Paulo votou “a favor da ciência”, informa o Estadão.
“Restam poucos dias para o negacionismo e o obscurantismo. São Paulo disse sim a ciência e a moderação”, disse Covas, que se declarou um “filho da democracia”. “É possível fazer política sem ódio, falando a verdade”.
O tucano evitou dizer, de forma clara, que fará oposição a Bolsonaro e também não defendeu abertamente a criação de uma frente de partidos contra o governo federal para as eleições de 2022, como pregam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a ex-prefeita Marta Suplicy, seus aliados.
Quando questionado sobre sua posição em relação ao presidente, Covas desconversou. “Nunca construí nada contra ninguém. Sou a favor do Brasil”. Durante seu discurso, o prefeito disse que, em 2018, alguns analista previam o “fim do PSDB”. Há dois anos, o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, teve cinco milhões de votos e ficou em quarto lugar na disputa vencida por Bolsonaro. “É muito cedo para prever 2022, mas se o grande derrotado de 2018 foi o centro, o grande derrotado de 2020 foi o radicalismo.”
Com a fala pausada que virou sua marca, Covas pregou união. “São Paulo não quer divisões, não quer o confronto. É possível fazer política sem ódio. Vamos governar para todos. A partir de amanhã não existe mais distrito azul e vermelho, existe a cidade de São Paulo.”
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