Em nova derrota do presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), devolveu a medida provisória que alterava o Marco Civil da Internet e dificultava a remoção de conteúdo nas redes sociais, informa o Estadão. A decisão, que representa um revés do Planalto no Congresso após os atos de 7 de Setembro, anula os efeitos da mudança editada pelo chefe do Executivo para agradar a seguidores que tiveram conteúdo retirados das redes.
Na decisão, Pacheco afirmou que a MP gera insegurança jurídica e configura um “abalo” ao desempenho das funções do Congresso Nacional. O presidente do Senado citou a tramitação de um projeto de lei sobre o tema aprovado no Senado e aguardando votação na Câmara. O senador também citou que a MP o impacta diretamente no processo eleitoral.
Nesse caracterizado cenário, a mera tramitação da Medida Provisória n.º 1.068, de 2021 já constitui fator de abalo ao desempenho do mister constitucional do Congresso”, diz o ato de Pacheco. Como presidente da Mesa do Congresso tem o poder de devolver uma MP e anular efeitos da medida se identificar inconstitucionalidade.
Bolsonaro usou as manifestações de 7 de Setembro para atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também defendeu desobediência a decisões judiciais, provocando reação no Legislativo e até ameaça de impeachment por parte de alguns partidos políticos.
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, também suspendeu a eficácia da MP, em uma ação que tramita na Corte. A rejeição pelo Congresso elimina a possibilidade de Bolsonaro editar uma nova MP com a mesma mudança neste ano. Ou seja, se quiser encaminhar uma proposta terá de ser por projeto de lei.
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