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Popularidade de Bolsonaro estanca, segundo o Datafolha


A lenta recuperação da atividade econômica ajudou o presidente Jair Bolsonaro a frear a acentuada perda de popularidade sofrida por seu governo ao longo do ano, indica uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha. Segundo o instituto, a taxa de aprovação à sua administração oscilou de 29% para 30% na primeira semana de dezembro, dentro da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A taxa de reprovação ao governo, que tinha crescido de 30% para 38% nos primeiros oito meses depois da posse de Bolsonaro, agora oscilou negativamente para 36%, variação que também está dentro da margem de erro do instituto.


O Datafolha entrevistou 2.948 pessoas em 176 municípios do país na quinta (5) e na sexta (6). A pesquisa captou vários sinais de que parte da população voltou a observar com otimismo a situação econômica. Segundo o Datafolha, 43% acham que ela vai melhorar nos próximos meses. Em agosto, 40% pensavam assim.

As duas únicas áreas do governo cuja avaliação melhorou de forma significativa desde agosto, fora da margem de erro da pesquisa, estão ligadas ao desempenho da economia.


Segundo a pesquisa, a taxa de aprovação ao trabalho da equipe econômica do governo aumentou de 20% para 25%, e a do combate ao desemprego foi de 13% para 16%. A taxa de desemprego vem diminuindo, com a criação de novos postos de trabalho, mas nas regiões mais pobres do país mais da metade dos empregados ocupa vagas informais, sem carteira assinada.


De acordo com o levantamento, o otimismo com a economia é maior entre os mais ricos do que nas camadas mais pobres da população, assim como os índices de popularidade do governo Bolsonaro. A maioria da população percebe que a retomada da economia ainda é pouco vigorosa. Para 55%, a crise que o Brasil atravessa deve demorar para acabar, e o país não voltará a crescer com força tão cedo. Outros 37% acham que a crise será superada em meses. Embora a melhora das expectativas econômicas tenha estancado a perda de popularidade do presidente, a pesquisa do Datafolha mostra que Bolsonaro ainda é visto com ceticismo por boa parte da população do país.


A taxa de aprovação ao seu desempenho no combate à corrupção caiu de 34% para 29%, segundo o Datafolha. Enquanto isso, subiu de 44% para 50% a reprovação ao governo nessa área. Em relação à cultura, a aprovação ao trabalho do governo caiu de 31% para 28%, enquanto os que avaliam como ruim/péssimo oscilaram de 33% para 34%, e os que consideram regular, de 32% para 34%.

O nível de otimismo com a atuação do governo é o mais baixo desde que Bolsonaro chegou ao poder. No início do ano, 59% achavam que ele faria um governo merecedor de aprovação. Seu temperamento continua alimentando desconfianças, de acordo com a pesquisa.


A maior parte da população diz que Bolsonaro não se comporta como o cargo de presidente da República exige. Para 28% dos entrevistados, ele nunca se comporta adequadamente, enquanto 25% dizem que apenas em uma minoria de situações ele se comporta como um presidente. Outros 28% afirmam que na maioria das vezes Bolsonaro age como o cargo exige, e 14% declaram que ele sempre se comporta adequadamente.


Nos últimos meses, Bolsonaro culpou organizações não governamentais pelo crescimento do desmatamento na Amazônia sem apresentar evidências, fez ameaças à Folha e à Rede Globo e decidiu romper com o partido que o elegeu, o PSL. Segundo o Datafolha, 43% da população diz que nunca confia no que o presidente fala e 37% acham que suas declarações só merecem credibilidade às vezes. Somente 19% dizem acreditar sempre em Bolsonaro.


Os números do instituto indicam que Bolsonaro chega ao fim do primeiro ano no cargo com avaliação pior do que a recebida por alguns de seus antecessores no mesmo período do mandato. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era aprovado por 41% da população no fim do primeiro ano, Lula alcançou 42% e Dilma Rousseff (PT) tinha 59% de aprovação a essa altura. Somente Michel Temer (MDB) e Itamar Franco chegaram ao fim do primeiro ano com reprovação maior do que a de Bolsonaro agora. Um ano após o impeachment de Dilma, o ex-presidente Temer era reprovado por 61%.


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