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O quase embaixador nos EUA: "Fritei hambúrguer lá”

  • Foto do escritor: Gaudêncio Torquato
    Gaudêncio Torquato
  • 12 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura


Depois de se encontrar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, hoje cedo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que recebeu o apoio do chanceler para se tornar o embaixador do Brasil nos Estados Unidos e que agora só falta uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro: "Está tudo na esfera da cogitação e tudo encaminhado. Acredito que até domingo eu venha a conversar especificamente sobre esse assunto com o presidente". As informações são do Valor Econômico.


Eduardo Bolsonaro, escolhido pelo pai para o cargo em Nova York, disse que seu nome não surgiu "do nada", apenas por ser filho do presidente da República, mas sim por ter uma "vivência pelo mundo":


-- Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros.


Questionado mais uma vez sobre as críticas recebidas pela possibilidade da indicação representar um caso de nepotismo, Eduardo disse ser difícil falar de si próprio: "Não sou um filho de deputado [presidente] que está do nada vindo a ser alçado a essa condição. Existe um trabalho sendo feito, sou presidente da Credn [Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados], tenho uma vivência pelo mundo. Então acho que é um trabalho que pode ser desenvolvido. Certamente precisaria contar com a ajuda dos colegas do Itamaraty, dos diplomatas, porque vai ser um desafio grande. Mas tem tudo para dar certo".


O deputado ouviu perguntas sobre declarações do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que se antecipou e disse ontem enxergar nepotismo na escolha do filho do presidente. Eduardo afirmou que respeita o ponto de vista do magistrado, mas acrescentou que ele é uma das opiniões na Corte. Ele disse que sua assessoria estudou o caso e não acredita que sua indicação seja enquadrada como nepotismo pelo Supremo: "Foi descartada junto a minha assessoria essa questão do nepotismo".


Eduardo diz que só pretende abrir mão do mandato na Câmara após sua indicação para embaixador ser aprovada pelo plenário do Senado:

-- Eu acho que a sabatina, o ‘agrément’, tudo isso são atos preparatórios para uma possível nomeação. Como está na esfera da expectativa, acho que não existe a necessidade de você sair do mandato. No máximo, talvez uma licença. Esses requisitos são cumpridos após a sabatina, quando tudo está em perfeita ordem para a nomeação.


Questionado se pretendia acumular tanto o cargo de embaixador como o de deputado federal, já que deputados da base governista apresentaram ontem projeto que permitiria essa possibilidade, o filho do presidente chamou o caso de coincidência: "Na verdade foi o deputado Capitão Augusto (PL) que começou a coletar essas assinaturas, eu não sabia, sendo bem franco. Vocês vão achar que eu estou floreando, mas está numa coincidência".


O deputado federal também minimizou críticas de diplomatas do Itamaraty por sua indicação ser incomum para este posto: "Não vejo com nenhum desconforto, nós estamos aí para servir o Brasil, né? Acho que a palavra final tem de ser do ministro Ernesto Araújo e do presidente Jair Bolsonaro. Os demais diplomatas estão ali hierarquicamente inferiores ao ministro”.

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