Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, Celso de Mello e Alexandre de Moraes reagiram indignados às declarações do deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a respeito da Corte. Num vídeo de quatro meses atrás, o deputado disse que o STF poderia ser fechado caso houvesse uma tentativa de impugnação da candidatura de seu pai, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro. Nessa gravação, Eduardo Bolsonaro disse que, para fechar o STF, nem precisa de jipe, “basta um soldado e um cabo".
O presidente do Supremo, Dias Toffoli, afirmou por meio de nota nesta segunda-feira que "atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia":
-- O Supremo Tribunal Federal é uma instituição centenária e essencial ao Estado Democrático de Direito. Não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo. O País conta com instituições sólidas e todas as autoridades devem respeitar a Constituição. Atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia.
O decano do STF, ministro Celso de Mello, se manifestou num declaração por escrito ao jornal Folha de S. Paulo:
"Essa declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no Congresso, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição!!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica".
O ministro Alexandre de Moraes também criticou Bolsonaro:
"É algo inacreditável é que no Brasil, século XXI, a Constituição com 30 anos, ainda tenhamos que ouvir tanta asneira vinda da boca de quem representa o povo'".
O ministro disse que vai pedir abertura de inquérito à Procudoria Geral da República pra investigar as declarações: "Isso é crime tipificado na Lei de Segurança Nacional. Artigo 23, Inciso terceiro. Incitar animosidade entre Forças Armadas e instituições civis".
A reação do pai do deputado, o candidato Jair Bolsonaro, quando soube do teor do vídeo:
"Isso não existe. Se alguém falou em fechar o STF, precisa consultar um psiquiatra". Mas quando soube que o autor era seu filho, atenuou: "Eu desconheço. Duvido. Alguém tirou de contexto".
As declarações do filho sobrecarregam o fardo já pesado que o candidato precisa levar até as urnas de domingo, somadas a outras inconsequências ditas por seu vice, general Mourão, do indicado ministro da Fazenda, Paulo Guedes, e de outros assessores.
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