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Mais quatro presos mortos no Pará. E num caminhão


Quatro envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre do presídio de Altamira foram mortos durante o transporte para Belém, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup). Com isso, o número de mortos no confronto chega a 62, informa o blog de Fausto Macedo no Estadão. Os novos crimes ocorreram entre os municípios de Novo Repartimento e Marabá na noite de terça-feira. Os presos eram levados algemados dentro de um caminhão, divido em duas celas. Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta com sinais de sufocamento.


De acordo com a Segup, os mortos seriam da mesma facção e ocupavam a mesma cela no Centro de Recuperação Regional de Altamira. Os outros 26 presos que estavam no veículo e que seriam levados para a capital estão em isolamento. O caminhão tem quatro celas e a capacidade para até 40 presos – no momento dos crimes, 30 eram transportados. O Estado informou que não possui caminhão com celas individuais.


De acordo com a Segup, 21 presos já estão em Belém desde terça-feira (30). Dezesseis são líderes de facções e dez deles irão, posteriormente, para o regime federal, os demais serão redistribuídos nas penitenciárias estaduais. O governo do Estado confirmou a chegada de 40 agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) em Belém na tarde desta quarta, para atuarem em atividades de guarda, vigilância e custódia de presos.


O confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos. Na segunda-feira, líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio. Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos 311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.


Em Anápolis, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu nesta quarta-feira, 31, o trabalho forçado para presos no Brasil. Ele ponderou que a Constituição proíbe tal penalidade, mas disse que é seu "sonho" a existência de presídios agrícolas no País. Ele também afirmou que os quatro presos que estariam envolvidos no massacre de Altamira, no sudoeste do Pará, e que foram mortos na noite desta terça-feira por sufocamento dentro do caminhão-cela que os transferia para unidades de Belém morreram porque "com toda certeza, deviam estar feridos". Segundo o presidente, "problemas acontecem".

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