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Impactos na economia do Brasil das 500 mil mortes

A marca de 500 mil mortes por covid-19 é muito mais que qualquer comparação que possa ser feita: sete Maracanãs lotados em final de Copa do Mundo, uma cidade como Florianópolis, o total de nascidos em 2019 em Rio, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul... Ela representa um país que mais de 400 dias após o primeiro óbito ainda é um exemplo global de como não enfrentar a doença e com cicatrizes que a atual recuperação econômica não vai conseguir apagar tão cedo, segundo reportagem do Valor Econômico.


Se o Brasil já não é mais o país com mais novas mortes por covid-19, ultrapassado pela Índia, 20% dos novos óbitos globais ainda acontecem aqui. O Brasil é também o sétimo país em que mais pessoas morrem hoje em dia pela doença (quase 10 por milhão de habitantes), quando os números são ajustados para o tamanho da população.


A vacinação permanece lenta na comparação global e em ritmo ainda insuficiente para colocar o Brasil entre os 50 países que mais imunizaram sua população — está atrás atualmente, por exemplo, de Guiana e Costa Rica. Ainda que o presidente Jair Bolsonaro consiga dizer em junho de 2021 que é mais eficaz contrair o vírus que se vacinar, os números mostram o contrário. As mortes da população de mais de 65 anos vêm caindo em proporção às demais faixas etárias desde o início da imunização.


Em dezembro de 2020, esse grupo representava 68,4% do total, fatia que está em 34,9% em junho. E a vacinação lenta não só mata como, em conjunto com a pandemia fora de controle , representa obstáculo à recuperação de alguns segmentos econômicos.


Também é importante lembrar que, ainda que o efeito da segunda onda na economia tenha sido bem menos dramático do que se imaginava — porque a mobilidades também não foi reduzida como esperado, o que ajudou a sustentar algumas atividades —, a percepção é que mesmo essa economia que surpreende para cima poderia ter se saído um pouco melhor se houvesse maior coordenação e menos percalços no enfrentamento da pandemia.


Os desafios para o país não terminam com a pandemia nem com um PIB que já voltou ao patamar pré-covid. A taxa de desemprego em março avançou para 14,7%, um recorde, e o índice de desigualdade também nunca foi tão expressivo. Segundo o IBGE, todas as 351 mil pessoas que voltaram a buscar emprego no primeiro trimestre não encontraram colocação. O impacto no mercado de trabalho foi imediato e atingiu sobretudo os grupos que já eram mais vulneráveis, como mulheres, jovens e trabalhadores de menor escolaridade.





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