
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) comparou nesta quinta-feira o papel de vice-presidente a uma "sombra que às vezes não se guia de acordo com o sol, mas por enquanto está tudo bem". O comentário foi feito ao ser questionado sobre como está sua relação com o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), que vem sofrendo críticas diárias do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, segundo informa o Estadão.
"Não tem problemas. Como um excelente casamento, se todo mundo disser sim, não vai dar certo", afirmou, em café da manhã com um grupo de jornalistas convidados: "A gente continua dormindo junto. O problema é quem vai lavar a louça no final do dia". Sentado ao lado, o vice emendou: "Ou cortar a grama". Bolsonaro continuou: "Sei que meu filho (Carlos) tem um ânimo um pouco exaltado. Este casamento (com Mourão) é, no mínimo, até 2022".
O presidente disse que "nem sempre fica satisfeito" com o que seu filho posta, mas garantiu que o vereador vai continuar "colaborando" para as suas redes sociais quando perguntado se irá proibir o filho de publicar na sua conta pessoal: "Pode ter certeza que eu converso com ele e nem sempre fico satisfeito (com o que ele escreve). A experiência de governo só quem está sentado na cadeira que tem. Eu tenho conversado e ele tem o comportamento dele. Ele vai continuar colaborando para as minhas redes sociais. Pode ter certeza que o navio dele está indo para um bom caminho".
O presidente também falou sobre o escritor Olavo de Carvalho: "É uma pessoa que há pelo menos 20 anos fala algo que é o mesmo que eu falo. Algumas declarações dele não estão colaborando com o governo".
Quando o assunto crise dominou a entrevista, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, pediu a palavra: "Existe uma obsessão para quem está fora do Planalto de criar cisão entre nós. O Mourão foi meu cadete. Para eu brigar com ele, só se eu assediar a dona Paula", disse, brincando com a mulher do vice, que é recém-casado. Segundo o ministro, esse tipo de assunto faz com que o País se apequene: "É muito espaço para coisas que não são importantes".