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Aziz presidente e Renan relator da CPI da Covid

Por 8 votos, a maioria dos integrantes da CPI da Covid escolheu o senador Omar Aziz (PSD-BA) como presidente do grupo. Ao assumir o posto, Aziz indicou imediamente Renan Calheiros (MDB-AL) como relator do colegiado, em uma derrota para o Palácio do Planalto. Pelo acordo firmado entre os partidos, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ficou com a vice-presidência. As informações são do Estadão.


Na primeira manifestação após ser escolhido pelos colegas, Aziz afirmou que a CPI não servirá como vingança nem para fazer política com mortos."Não dá para discutir questões políticas em cima de quase 400 mil mortes. Não me permito isso porque perdi um irmão há 50 dias. Não haverá pré-julgamento da minha parte", disse, antes de acrescentar também que a CPI não irá proteger ninguém.


Sobre o fato de ter indicado Renan, Aziz destacou que "não existe senador pela metade". De acordo com o agora presidente da CPI, a discussão sobre quem pode ou não participar da comissão já está muito madura em relação à sociedade. "Estamos aqui malhando em ferro frio. O senador Renan votou pela ajuda para Estados e municípios. Se ele é suspeito, não deveria ter votado, mas é o papel dele."


Os nomes definidos para presidir e relatar a CPI confirmam as dificuldades que o governo Jair Bolsonaro terá para influenciar os trabalhos. Sem maioria governista no grupo, aliados do Planalto ainda tentaram atrapalhar o acordo com o lançamento da candidatura avulsa do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), mas o parlamentar, que se diz "independente", obteve apenas três votos.


Foram mais de duas horas tentando barrar o acordo. Após a eleição, governistas voltaram a pedir a suspeição de Renan. Aziz indeferiu os pedidos e criticou a insistência na estratégia. "É justo as pessoas não terem a segunda dose para vacinar?", disse, em resposta ao senador Marcos Rogério (DEM-RO). "É medo da CPI ou do senador Renan?", complementou.


Antes de a votação na comissão ser iniciada, como estratégia para tentar adiar a instalação da comissão, senadores aliados do governo apresentaram uma série de questionamentos ao início dos trabalhos. A manobra não obteve sucesso. Com o chamado "kit obstrução", parlamentares tentaram evitar a eleição do presidente e vice e, sobretudo, a designação de Renan como relator, além de inviabilizar a participação de alguns dos integrantes.


Na manhã desta terça, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu uma decisão liminar da Justiça do DF de barrar a indicação de Renan para o cargo de relator. A decisão do desembargador Francisco de Assis Betti, vice-presidente do TRF-1, acatou pedido da Advocacia do Senado, feito na madrugada desta terça-feira.

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