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Lula e Petrobrás na delação de Palocci


O ex-ministro Antônio Palocci (governos Lula e Dilma) detalhou, em delação premiada, o suposto loteamento de cargos na Petrobrás com o fim de captar recursos para campanhas petistas. No primeiro termo de sua colaboração com a Polícia Federal, que o juiz Sérgio Moro tornou público nesta segunda-feira, ele reafirma que o ex-presidente Lula teve conhecimento de esquemas de corrupção na estatal.


A narrativa de Palocci é minuciosa e explica como foi montado o esquema de propinas e loteamento de cargos estratégicos para atender interesses de partidos políticos na Petrobrás, a partir das indicações de Paulo Roberto Costa (Diretoria de Abastecimento) e de Renato Duque (Serviços), informa o blog de Fausto Macedo, do Estadão.


Segundo o ex-ministro, o ex-presidente tratou pessoalmente da ocupação dos cargos na estatal no Palácio do Planalto:

“Em fevereiro de 2007, logo após sua reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva convocou o colaborador, à época deputado federal, ao Palácio da Alvorada, em ambiente reservado no primeiro andar, para, bastante irritado, dizer que havia tido ciência de que os diretores da Petrobrás Renato Duque e Paulo Roberto Costa estavam envolvidos em diversos crimes no âmbito das suas diretorias”.

Lula perguntou a ele ‘se aquilo era verdade, tendo respondido afirmativamente’.

“Que (Lula) então indagou ao colaborador quem era a pessoa responsável pela nomeação dos diretores; Que o colaborador afirmou que era o próprio Luiz Inácio Lula da Silva o responsável pelas nomeações; Que também relembrou a Luiz Inácio Lula da Silva que ambos os diretores estavam agindo de acordo com parâmetros que já tinham sido definidos pelo próprio Partido dos Trabalhadores e pelo Partido Progressista”.


Segue a delação de Palocci: “Acredita que Lula agiu daquela forma porque as práticas ilícitas dos diretores da estatal tinham chegado aos seus ouvidos e ele queria saber qual era a dimensão dos crimes, bem como sua extensão, e também se o colaborador aceitaria sua versão de que não sabia das práticas ilícitas que eram cometidas em ambas as diretorias, uma espécie de teste de versão, de defesa, com um interlocutor, no caso, o colaborador; Que essa prática empregada por Lula era muito comum”.


Palocci está preso desde setembro de 2016, alvo da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. O juiz Moro o condenou em uma primeira ação a 12 anos e dois meses de reclusão. No termo de delação, o ex-ministro se comprometeu a pagar R$ 37,5 milhões como indenização pelos danos penais, cíveis, fiscais e administrativos dos atos que praticou. E terá o benefício de redução de 2/3 e sua pena.

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