O presidente Jair Bolsonaro admitiu hoje que determinou a suspensão do reajuste de 5,7% no preço do diesel (o litro passaria de R$ 2,1432 para R$ 2,2662), anunciado quinta-feira pela Petrobrás. O novo valor começaria a ser cobrado nesta sexta, mas vai ficar suspenso até que os técnicos da estatal justifiquem ao presidente a necessidade do aumento.
“Eu liguei para o presidente sim. Me surpreendi com o reajuste de 5.7%. Não vou ser intervencionista. Não vou praticar a política que fizemos no passado, mas quero os números da Petrobrás”, afirmou o presidente.
As ações da Petrobras, que já haviam começado o dia em queda na Bolsa de São Paulo e em Nova York, aceleraram a tendência negativa após as declarações de Bolsonaro. Ao fim do pregão, a Petrobrás sofreu uma perda de R$ 32,4 bilhões em valor de mercado. As ações ON fecharam em queda de 8,54%. Os papéis PN recuaram 7,75%. O Ibovespa fechou em baixa de 1,98%, aos 92.875 pontos.
Para o presidente, o valor do reajuste do diesel não corresponde com a inflação projetada para o período:
-- Na terça-feira, convoquei todos da Petrobrás para me esclarecer o porquê dos 5.7%, quando a inflação projetada para este ano está abaixo de 5. Só isso e mais nada. Se me convencerem, tudo bem. Se não me convencerem, vamos dar a resposta adequada a vocês.
Por causa da política de preços dos combustíveis da Petrobrás, os caminhoneiros pararam o País em maio do ano passado. Neste início de ano, com o petróleo em alta, o diesel voltou a ser uma ameaça e mais uma vez a classe avalia cruzar os braços.
“Eu estou preocupado com o transporte de carga, com os caminhoneiros. São pessoas que realmente movimenta as riquezas. Queremos um preço justo para o óleo diesel”, disse Bolsonaro.
Pela manhã o vice Hamílton Mourão afirmou que a determinação de Bolsonaro para a Petrobras foi um caso "isolado". Também disse que, com bom senso, não se repetirá a política de preços adotada do governo Dilma Rousseff (PT), que segurou os preços dos combustíveis para manter a inflação dentro da meta.
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