A vitória em São Paulo tornou João Doria o homem forte do PSDB e deve provocar uma guinada à direita da legenda, que nasceu há trinta anos com a bandeira da social democracia. Em seu primeiro discurso como governador eleito de São Paulo, o tucano afirmou que “haverá mudança na correlação de forças” do partido e defendeu que a sigla esteja na base do governo Jair Bolsonaro (PSL), informa o Estadão. Doria foi eleito com 10,9 milhões de votos (51,75%), contra 10,2 milhões (48,23%) de Márcio França (PSB).
Segundo Doria, “o PSDB precisa sintonizar com o momento atual do nosso País e, a partir de 1.° de janeiro acabou o muro”, numa referência a fama da legenda de não tomar lado em muitos debates: “Faremos isso sem apagar a história de ninguém”.
A proposta deve dividir o partido, já que parte dos tucanos, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é crítica a Bolsonaro. Aliados de Doria defendem que a executiva nacional do partido seja reformulada para se adequar à nova realidade da legenda: “O PSDB tem de passar por uma refundação. O partido precisa perder caricatura de muro”, disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), um dos integrantes da ala ‘cabeça preta’ do partido.
Nenhum integrante da cúpula nacional do PSDB esteve presente no evento. O presidente nacional do PSDB e ex-governador Geraldo Alckmin o ex-presidente e Fernando Henrique sequer ligaram para ele:
“Não recebi ligação nem de FHC nem de Alckmin e quero aproveitar para dizer que este será um novo PSDB, um partido ao lado do Brasil de hoje”.
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