Lula jogou pesado e, de seu escritório na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, torpedeou a candidatura de Ciro Gomes (que foi seu ministro), única possibilidade real de união dos partidos de esquerda. A união de esquerda que podia admitir era em torno de seu nome – embora inelegível.
O PT mantém o discurso da pureza ideológica. Mas se aliou àqueles a quem chamava de “golpistas” para as disputas estaduais. Em Alagoas, fechou com Renan Calheiros; em Pernambuco, fez o possível para rifar Marília Arraes e se aliar ao governador Paulo Câmara, do PSB. No Piauí, a senadora Regina Souza, do PT, foi queimada; o partido apoia Ciro Nogueira, do PP, um dos líderes do Centrão, que, nacionalmente, está com Alckmin. E no Ceará o PT apoia Eunício de Oliveira, que não apenas chamavam de “golpista”, mas atacavam por ser amigo do presidente Michel Temer. Em resumo, vale tudo, exceto aquilo que possa prejudicar a suprema posição de Lula. (da coluna de Carlos Brickmann)