O presidente Jair Bolsonaro respondeu com insinuações sobre o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), ao ser questionado nesta quinta-feira sobre a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em endereços do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), o ‘filho 01’, e de seus assessores.
Questionado se o MP persegue Flávio, o presidente respondeu: “Vocês sabem o caso do Witzel, foi amplamente divulgado aí, inteligência levantou, já foi gravado conversa entre dois marginais citando meu nome para dizer que eu sou miliciano. Armaram”. O presidente não deixou claro sobre qual levantamento de ‘inteligência’ se referia.
As primeiras declarações de Bolsonaro sobre a ação foram feitas em frente ao Palácio do Alvorada: “Pergunta para o advogado”, afirmou Bolsonaro ao ser questionado sobre o caso: “Eu respondo por mim”, disse logo depois. Foi assim, pela tangente, que o presidente comentou a investigação do Ministério Público do Rio sobre seu filho Flávio.
A operação de busca e apreensão ocorreu na quarta-feira em endereços ligados ao senador Bolsonaro, seus ex-assessores, entre eles Fabrício Queiroz e parentes da ex-mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle, mãe de um dos filhos de Bolsonaro, Jair Renan.
As buscas foram em endereços da Capital e em Resende, no sul do Estado, no âmbito da investigação que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando ele era deputado estadual. Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão.
Num dos desdobramentos da apuração, relatório do Ministério Público estadual afirma que o senador Flávio Bolsonaro depositou R$ 638.400 em dinheiro vivo na conta de um corretor e assim ocultou o ganho ilícito com as chamadas "rachadinhas".
De acordo com as investigações, os depósitos aconteceram em 27 de novembro de 2012 e tratam da compra de dois apartamentos em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Os imóveis pertenciam a investidores americanos. Um deles na Avenida Prado Junior. Outro na rua Barata Ribeiro.
Enquanto a valorização imobiliária na região não ultrapassou 11%, Flavio Bolsonaro declarou um lucro de 292% na venda dos apartamentos em fevereiro de 2014.
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