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Para Toffoli, agressões à imprensa são “intoleráveis”


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, fez um discurso na abertura da sessão desta quarta-feira em que repudiou as agressões a profissionais de imprensa ocorridas no domingo em um ato pró-governo, informa O Globo. Toffoli ainda classificou as agressões de "lamentáveis e intoleráveis", pois "não há solução para as crises fora da legalidade constitucional e da democracia". A manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, teve pautas antidemocráticas e inconstitucionais, como o fechamento do Congresso e do STF. Durante o ato, a equipe do jornal O Estado de S. Paulo foi atingida por chutes, socos, empurrões e rasteiras. Toffoli lembrou que domingo era o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa: "Trata-se, portanto, de data de elevada importância em um Estado Democrático de Direito, o que torna as agressões ainda mais lamentáveis e intoleráveis", afirmou o ministro, que defendeu a apuração da conduta dos manifestantes que atacaram jornalistas. "Em nome da Corte, gostaria de deixar registrado na ata desta 10ª Sessão Ordinária do Plenário o nosso repúdio a todo e qualquer tipo de agressão aos profissionais da imprensa, devendo a conduta dos agressores ser devidamente apurada pelas autoridades competentes". O presidente do STF também mencionou que o País vive um momento difícil em razão da pandemia do coronavírus. Ele afirmou que a Corte vem atuando para "garantir segurança jurídica ao País", tendo como prioridade a garantia da saúde e do emprego da população. Para Toffoli, todas as soluções devem ser buscadas dentro da democracia e da legalidade constitucional: "Por isso, reitero o que afirmei, recentemente, neste plenário: não há solução para as crises fora da legalidade constitucional e da democracia, ambas salvaguardadas pelo Supremo Tribunal Federal". Toffoli disse ainda que eventuais discordâncias sobre decisões do Supremo devem ser apresentadas por meio de recursos à Corte, nunca por meio de agressões. Ele não mencionou nenhum caso específico. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que não havia "engolido" decisão do ministro Alexandre de Moraes, também do STF, que barrou a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal. Moraes entendeu que a nomeação tinha desvio de finalidade, pelos indícios de tentativa de interferência do presidente na PF. Bolsonaro disse que a decisão de Moraes foi "política". No discurso, Toffoli lembrou que o Supremo é "o guardião máximo da Constituição Federal e das leis". "Recordo que as irresignações contra decisões deste Supremo Tribunal Federal se dão por meio dos recursos cabíveis – jamais por meio de agressões ou de ameaças a esta instituição centenária ou a qualquer de seus ministros".

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