Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada nesta terça-feira e conversaram sobre um “pacto entre Poderes”. A iniciativa de reaproximação ocorre dois dias após as manifestações populares pró-Bolsonaro, com críticas a representantes do STF e do Congresso.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, também participaram. Nos bastidores, integrantes do Congresso e do Judiciário avaliam que, mesmo com desconfianças em relação a Bolsonaro, é necessário investir rapidamente em um acordo para evitar que as crises política e econômica se aprofundem - no domingo, o presidente disse que as manifestações deram um recado “às velhas práticas” da política que não deixam o povo se libertar.
A busca pelo entendimento gira em torno da ideia de que o acirramento dos ânimos não tem favorecido ninguém. Depois de trocas de farpas nos últimos dias, situação que levou o Congresso a lembrar, inclusive, que tinha nas mãos um plano de colocar em análise um “recall” do presidente, um tipo de impeachment acelerado que poderia ser votado, a intenção agora é baixar a guarda.
Após o café, Onyx afirmou que os presidentes dos três Poderes da República assinarão um pacto com um conjunto de metas e ações possivelmente na semana do dia 10 de junho. Sem dar detalhes sobre o documento, ele destacou que o Brasil vive uma crise de empregabilidade e de dificuldades econômicas, e que da reunião realizada hoje se consolida a ideia de formalizar um pacto “a favor da retomado do crescimento”.
Segundo ele, o pacto será construído em comum acordo entre os Poderes, sendo que o texto base já foi apresentado hoje durante o encontro,“praticamente validado por todos”. Onyx observou que o texto inicial é do presidente da Suprema Corte. Em outubro do ano passado, Toffoli havia adiantado ao Estadão/Broadcast sua intenção de realizar um pacto entre os Poderes, para garantir a realização de reformas capazes de recuperar o quadro econômico brasileiro.
A reforma da Previdência estará prevista como uma das metas do pacto.
O presidente da Câmara Rodrigo Maia negou que esse pacto seja um desdobramento das manifestações recentes nas ruas. "O presidente Toffoli propôs o pacto entre os poderes há dois meses. Não foi após as manifestações". Maia afirmou também que levará o texto aos líderes da Câmara e só com o aval da maioria deles assinará o documento em nome da Casa.
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