Um ato simples, que poderia ser feito pela internet, foi transformado pelo PT numa grande procissão vermelha pelas largas avenidas de Brasília: o registro de Luiz Inácio da Silva como candidato do partido à Presidência da República.
Faz parte da peça montada naquele palco para intimidar a Justiça Eleitoral, forçando-a a aceitar a candidatura improvável de um condenado a doze anos e um mês de cadeia pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ou seja, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
O candidato oficial a vice, Fernando Haddad, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e a provável vice do vice, Manuela D’Ávila, estiveram na frente dos outros atores na entrega do documento ao TSE. Mais de cinco mil coadjuvantes do MST e de outras entidades de esquerda, com bandeiras e máscaras do ex-presidente, formaram a procissão, com direito a trio elétrico, parado nas cercanias do TSE e recheado de lideranças do PT e de partidos aliados.
Esse foi o primeiro ato da peça. O próximo, com artifícios jurídicos, pretende prolongar uma decisão sobre a inelegibilidade de Lula ao máximo, de modo que sua foto apareça na urna eletrônica e sua imagem possa ser usada na campanha eleitoral do candidato real, Fernando Haddad.
Pelo andar da carruagem, o TSE não vai permitir a jogada. Mas Gleisi Hoffmann insiste que o teatro é real: “Nós vamos lutar até as últimas consequências e Lula será o nosso candidato”. Na verdade, tudo não passa mesmo de uma encenação para iludir o eleitorado.
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