
Em mensagem a seus colegas da magistratura federal, via intranet, o juiz Sérgio Moro sugeriu a eles que “continuem dignificando a Justiça, com atuação independente, mesmo contra, se for o caso, o Ministério da Justiça”, informa o blog de Fausto Macedo, no Estadão.
Moro assume em janeiro o comando da Justiça, que vai ganhar status de superministério, acumulando áreas sensíveis como a Controladoria-Geral da União e uma fatia do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), além de puxar de volta a Polícia Federal, junto com o Ministério da Segurança.
“Da minha parte, sempre terei orgulho de ter participado da Justiça Federal e os magistrados terão sempre o meu respeito e admiração”, escreveu Moro.
Ele abandonou a Operação Lava Jato por meio de ofício dirigido ao corregedor do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e entrou em férias.
No texto aos a seus colegas da Justiça Federal, ele diz que sua saída ‘foi uma decisão muito difícil, mas ponderada’:
“Em Brasília, trabalharei para principalmente aprimorar o enfrentamento da corrupção e do crime organizado, com respeito à Constituição, às leis e aos direitos fundamentais”.
Diz também que pretende seguir os passos do juiz Giovanni Falcone, assassinado pela máfia italiana em 1992: “Lembrei-me do juiz Falcone, muito melhor do que eu, que depois dos sucessos em romper a impunidade da Cosa Nostra, decidiu trocar Palermo por Roma, deixou a toga e assumiu o cargo de Diretor de Assuntos Penais no Ministério da Justiça, onde fez grande diferença mesmo em pouco tempo. Se tiver sorte, poderei fazer algo também importante”.
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