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Mensagem sobre protesto do dia 15 foi de “cunho pessoal”

Atualizado: 28 de fev. de 2020


O presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quarta-feira pelas redes sociais, após a divulgação de que disparou de seu celular pessoal, via aplicativo WhatsApp, vídeo convocando apoiadores a irem às ruas no dia 15 de março para defendê-lo. Sem citar o vídeo, Bolsonaro diz que "troca mensagens de cunho pessoal, de forma reservada". "Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", afirmou no texto. O presidente não nega ter feito os disparos, revelados pela colunista Vera Magalhães, do Estado.


"Tenho 35 milhões de seguidores em minhas mídias sociais (Facebook, Instagram, YouTube e Twitter) onde mantenho uma intensa agenda de notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. Já no Whatsapp tenho algumas poucas dezenas de amigos onde, de forma reservada, trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", disse o presidente.


A convocação feita por Bolsonaro para as manifestações contra o Congresso gerou reações no mundo político e nas redes sociais na terça-feira, 25: "Estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Twitter.


O vídeo, em tom dramático, mostra a facada que o então candidato à Presidência sofreu em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018, para mostrar que Bolsonaro "quase morreu" para defender o País. Agora, segundo a narrativa, o presidente precisa que as pessoas vão às ruas para defendê-lo. Juntamente com o vídeo, Bolsonaro escreve: "- 15 de março/Gen Heleno/Cap Bolsonaro/O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre”.


O presidente já enviou pelo menos dois vídeos com imagens e sobreposição de fotos suas, convocando a população a sair às ruas no dia 15. Os vídeos têm trechos idênticos, como a frase que classifica Bolsonaro como um presidente "cristão, patriota, capaz, justo e incorruptível".


Na semana passada, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), acusou o Congresso de "chantagear" o governo e acabou deflagrando uma crise. Flagrado durante transmissão oficial, Heleno afirmou que o governo não pode ficar "acuado" pelo Congresso e orientou o presidente a "convocar o povo às ruas". As declarações do general causaram repúdio entre os parlamentares.


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu nesta quarta-feira ao compatilhamento de vídeos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no WhatsApp. Maia estava sendo cobrado por parlamentares a se posicionar depois da divulgação do episódio pela colunista Vera Magalhães, do Estado.


Sem mencionar diretamente o presidente da República, Maia defendeu a união pelo diálogo e reafirmou o respeito às instituições democráticas: "Criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir".

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