O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta quarta-feira medidas econômicas para reverter sua baixa popularidade, depois da derrota para o kirchnerista Alberto Fernández nas prévias de domingo. O alvo das medidas é a classe média baixa, que nas prévias migrou os votos para a chapa de Fernández e da ex-presidente Cristina Kirchner, candidata a vice, informa o Estadão.
Entre os anúncios estão o congelamento do preço da gasolina por 90 dias, um abono salarial para empregados públicos e privados e uma espécie de restituição no Imposto de Renda no valor de 2 mil pesos (cerca de R$ 140).
“Sobre o resultado de domingo, eu comprendi. Responsabilidade exclusivamente minha e da minha equipe de governo”, afirmou Macri em pronunciamento gravado de oito minutos na residência oficial de Olivos. A meta do pacote é beneficiar 17 milhões de pessoas.
O presidente também anunciou um aumento no salário mínimo e medidas para pequenas e médias empresas, além de um aumento em bolsas de estudo para jovens universitários de 40%.
“O objetivo dos anúncios é amenizar a crise na classe média - uma porção do eleitorado que o abandonou no domingo e estava com ele em 2015”, disse ao Estado Facundo Galván, da Universidade Católica de Buenos Aires: “Os anúncios fazem parte de um pacote que busca melhorar a situação em um contexto de crise, principalmente na classe média”.
Ainda de acordo com o analista, ainda é cedo para dizer se essas medidas se mostrarão acertadas: "Em outubro saberemos se Macri conseguiu convencer os descontentes com a crise e sua liderança" .
Para Ignacio Labaqui, também da UCA, dificilmente as medidas terão um impacto na eleição: "Trata-se de um paliativo para uma situação bastante complexa e é difícil reverter o resultado das primárias. Talvez Macri consiga tirar votos de Lavagna, impulsionado pelo medo da volta do kirchnerismo, mas isso deve render a ele apenas alguns pontos porcentuais".
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