O candidato do Jair Bolsonaro, do PSL, consolidou ainda mais a liderança na corrida para a Presidência da República: subiu mais dois pontos e agora está com 28% das intenções de voto. O candidato do PT, Fernando Haddad, subiu 11 pontos em uma semana e se isolou na segunda colocação, com 19%, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada ontem, a quarta desde o início oficial da campanha eleitoral.
Em terceiro vem Ciro Gomes (PDT), com os mesmos 11% da semana anterior. O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, perdeu dois pontos, foi de 9% para 7%. E Marina Silva (Rede) caiu três pontos, de 9% para 6%.
“Com esse crescimento de Haddad, a probabilidade de haver segundo turno entre ele e Bolsonaro aumentou significativamente, embora não se possa descartar outros cenários”, disse Marcia Cavallari, diretora executiva do Ibope Inteligência, ao Estadão.
O levantamento é o primeiro desde que Haddad foi efetivado no lugar de Lula e o segundo desde que Bolsonaro foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG). Desde então, ele subiu seis pontos, de 22% para 28%.
Os candidatos do PSL e do PT são os dois únicos que apresentaram tendência de alta desde o início da série de pesquisas Ibope, em 20 de agosto.
Continua forte a disparidade de intenções de voto em Bolsonaro na divisão por gênero. Ele tem 36% entre os homens e 20% entre as mulheres.
Na divisão geográfica do eleitorado, Haddad avançou em todas as regiões, em especial no Nordeste, onde passou de 13% para 31% e assumiu a liderança isolada, deixando Ciro e Bolsonaro empatados em segundo lugar, com 17% e 16%, respectivamente.
O petista também teve crescimento forte no Sudeste, onde vivem mais de quatro em cada dez eleitores do País, quase triplicando sua taxa de intenção de votos, de 6% para 15%. Nesse caso, porém, ficou atrás de Bolsonaro, que tem 29%.
Na segmentação por renda, o candidato do PSL se sai melhor entre os mais ricos. Ele tem 41% das intenções de voto na parcela dos que ganham cinco salários mínimos ou mais. No outro extremo, entre os que ganham até um salário mínimo, a taxa é de apenas 12%.
O avanço de Bolsonaro nas faixas mais ricas e mais escolarizadas mudou o perfil do eleitorado de Alckmin. Nesses segmentos de elite, onde costumava se destacar, o presidenciável tucano tem 8% e 6%, respectivamente, quase o mesmo que sua média nacional (7%).
No quesito rejeição, Bolsonaro manteve a primeira colocação, com 42%, praticamente o mesmo resultado da semana anterior (41%). Haddad, à medida que fica mais conhecido, ganha simpatizantes e também desperta mais repúdio: cresceu de 23% para 29% a parcela de eleitores que não votaria no petista de jeito nenhum.
Álvaro Dias (Podemos), João Amoedo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) ficaram com 2% das preferências na pesquisa estimulada de primeiro turno. Cabo Daciolo (Patriota) teve 1%. Os demais candidatos não pontuaram.
O Ibope foi às ruas entre os dias 16 e 18 deste mês. Foram entrevistadas 2.506 pessoas em 177 municípios.
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