
Desde sua criação, em 1991, o Mercosul - formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela - ensaia uma parceria comercial com os 28 países da União Europeia. As negociações começaram oficialmente em novembro de 1999 e finalmente chegaram a um acordo comum durante as reuniões entre ministros de ambos os blocos que terminaram nesta sexta, 28, em Bruxelas.
O acordo comercial prevê, em 15 anos, zerar as tarifas de importação sobre cerca de 90% do comércio bilateral. A maior parte das taxas deve ser zerada bem antes disso. A informação do governo brasileiro é que mais de 90% das exportações do Mercosul terão as tarifas zeradas em até dez anos. Essas negociações se arrastavam há exatos vinte anos, desde junho de 1999.
Estão incluídos no acordo bens, serviços, investimentos e compras governamentais. As empresas brasileiras terão acesso, por exemplo, ao mercado de licitações da União Europeia, estimado em US$ 1,6 trilhão por ano.
O governo estima que, em um prazo de 15 anos, as exportações brasileiras para a União Europeia terão um acréscimo de quase US$ 100 bilhões por ano. Espera-se também que o aumento dos investimentos no País seja da ordem de US$ 113 bilhões.
O acordo prevê a eliminação de 100% das tarifas em produtos industriais. Um estudo feito pela CNI indicou que, dos 1.101 produtos que o Brasil tem condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam hoje tarifas de importação ou quotas. No ano passado, o Brasil exportou para a União Europeia US$ 42,1 bilhões em produtos. Juntos, os países do bloco representam o segundo maior mercado para bens brasileiros no mundo, perdendo apenas para a China.
Produtos como suco de laranja, café solúvel e frutas terão as tarifas eliminadas. Outros produtos, como carnes, açúcar e etanol, que seguem a política de cotas de exportação para a União Europeia, terão essas cotas ampliadas.
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