
O ex-presidente do Peru, Alan García cometeu suicídio com um tiro na cabeça, na manhã desta quarta-feira, 17, após policiais chegaram em sua residência, na capital do país, para prendê-lo por conexões com uma investigação sobre suborno no caso relacionado à construtora brasileira Odebrecht, informou O Estado de S. Paulo. Ele chegou a ser levado para um hospital onde passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu.
García, de 69 anos, governou o país de 1985 a 1990 e ganhou um novo mandato de 5 anos em 2006. Em 2018 ele pediu asilo político no Uruguai, mas o país rejeitou a tese de perseguição política.
De acordo com a ordem de prisão, obtida pela agência Associated Press, a autorização para prender García foi emitida sob argumento de que o ex-presidente teria recebido US$ 100 mil da Odebrecht pagos como o cachê de uma conferência em São Paulo, feita em 2012.
A Odebrecht está no centro do maior escândalo de corrupção na América Latina depois de ter admitido, em acordo assinado em 2016 com o Departamento de Justiça dos EUA, ter pago mais de US$ 800 milhões em propinas em diversos países da região para ser beneficiada em grandes obras de infraestrutura.
No Peru, a empresa disse que pagou US$ 29 milhões entre 2005 e 2014. O caso atingiu também os ex-presidentes peruanos Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), todos sob investigação da promotoria.
Na semana passada, a Justiça peruana ordenou a detenção por dez dias de Kuczynski no âmbito de uma investigação por suposto crime de lavagem de dinheiro no caso Odebrecht.