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Cesare Battisti está preso na Itália como terrorista


Depois de 37 anos de fugas, Cesare Battisti chegou à Itália por volta de 8h40 de hoje (no horário de Brasília). A aeronave partiu no início da noite de ontem de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e pousou no aeroporto de Ciampino, em Roma, onde era aguardada pelos ministros Matteo Salvini, do Interior, e Alfonso Bonafede, da Justiça.


O italiano foi encaminhado por um grupo de agentes penitenciários para a prisão de Rebibbia, na zona urbana de Roma. Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, ele deverá ficar sozinho na cela, em uma área de segurança reservada para terroristas, e passará por seis meses de isolamento diurno.


Por volta de 11 horas (horário de Brasília), o primeiro-ministro Giuseppe Conte concederá uma entrevista coletiva para comentar a prisão de Battisti.


O italiano, de 64 anos, integrou o grupo Proletários Armados pelo Comunismo e foi condenado à prisão perpétua em 1993 por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido).


Ele afirma que nunca matou ninguém e se diz vítima de perseguição política.

Foram quase quatro décadas de fuga permanente, com períodos de prisão e lutas político-judiciais para evitar a Justiça da Itália. Battisti escapou do seu país na década de 1980, viveu na França, no México e no Brasil. Recentemente se escondeu Bolívia.


Ele estava foragido desde 14 de dezembro, quando o então presidente Michel Temer autorizou sua extradição para a Itália um dia depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspender uma liminar que garantia sua permanência no Brasil. No sábado foi capturado pela Interpol e pela polícia boliviana enquanto caminhava por uma rua de Santa Cruz de La Sierra, de cavanhaque e óculos escuros. O governo italiano decidiu levá-lo diretamente para a Itália.


“O governo brasileiro se congratula com as autoridades bolivianas e italianas e com a Interpol pelo desfecho da operação de prisão e retorno de Battisti à Itália. O importante é que Cesare Battisti responda pelos graves crimes que cometeu. O Brasil contribui assim para que se faça justiça”, afirmou o governo brasileiro. A autorização para Battisti ficar livre no Brasil foi concedida pelo ex-presidente Lula no último dia de seu mandado.

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