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Bolsonaro promete vetar os 2 bilhões do Fundo Eleitoral


O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quinta-feira que pretende vetar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões aprovado na última terça-feira pelo Congresso como parte do Orçamento de 2020. A proposta com esse valor foi enviada ao Legislativo pelo próprio governo, mas Bolsonaro disse que apenas seguiu a lei, que a campanha tem que acontecer "em condição de igualdade" e que "não vê com justo" o critério para a distribuição de dinheiro, informa o Valor Econômico.


Na última quarta-feira, ele havia sinalizado o veto ao falar a admiradores na saída do Palácio da Alvorada, questionando ao grupo sobre se gostariam que ele vetasse o fundo. Na ocasião, Bolsonaro queixou-se de que os maiores beneficiários com a verba seriam o PT e seu ex-partido, o PSL.


Nesta quinta, ao deixar a residência oficial, ele foi mais taxativo: "Aquela proposta de R$ 2 bilhões é em função de uma lei que tinha. Não sou eu que quero isso. Em havendo brecha para vetar, eu vou fazer isso. Não vejo, com todo respeito, como justo recursos para fazer campanha (sic). A proposta de R$ 2 bilhões saiu do Executivo? Mas seguiu uma lei. Se você me ligar depois aqui meia hora te dou número da lei. Até saiu errado o valor. Me culparam. Eu estava seguindo a legislação. Agora, a peça Orçamentária chegando, eu tenho poder de veto".


Depois, auxiliado por um assessor, Bolsonaro citou o artigo 16 C da lei 9.504 de 2007, a chamada Lei Eleitoral, que dispõe sobre a composição do fundo: "Você pode ver, o dinheiro vai para quem? Manter no poder quem já está. Dificilmente vai para um jovem candidato. O povo fala em renovação. Tem de ter igualdade. A campanha tem de estar em condição de igualdade".


Bolsonaro disse então que, ao vetar o fundo, não estaria cometendo uma "maldade" contra o Congresso: "Eu respeito o Parlamento. Fiquei 28 anos lá dentro. A tendência é vetar, sim". E, citando o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, insinuou que o montante poderia ser mais bem aplicado: "Não quero afrontar o Parlamento, mas pelo amor de Deus. Dá R$ 2 bilhões pro Tarcísio, vê o que ele faz no Brasil".


Questionado sobre se defendia um valor mais baixo para o fundo, o presidente disse que defende que não haja esse mecanismo, apenas doações: "É zero. Faz doação. O povo quer votar naquele cara que te agrada. Acho eu vai ser tiro no pé. Já vejo pessoal dizendo que quem vai ter campanha cara, não vai votar nele".


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