O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ao chegar em hotel em Dallas, nos Estados Unidos, que estudantes que estão protestando contra o contingenciamento da verba para a Educação são massa de manobra. Em sua opinião, eles são manipulados por uma minoria que comanda as universidades federais. “É natural, é natural, mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados de massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”, disse ele na porta do hotel onde ficará hospedado, cercado de manifestantes a seu favor.
O presidente ainda culpou os governos anteriores pelos cortes anunciados nas últimas semanas:
-- Na verdade não existe corte, o que houve é um problema que a gente pegou o Brasil destruído economicamente também, com baixa nas arrecadações, afetando a previsão de quem fez o orçamento. E se não tiver esse contingenciamento, eu simplesmente entro contra a lei de responsabilidade fiscal. Então não tem jeito, tem que contingenciar. Mas eu gostaria que nada [fosse contingenciado], em especial na educação. A educação também está deixando muito a desejar no Brasil. Se você pega as provas, que acontecem de três em três anos, está cada vez mais ladeira abaixo. A garotada, com 15 anos de idade, na oitava série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro destas pessoas? Fala-se que tem muito desempregado, 14 milhões, mas parte deles não tem qualquer qualificação porque esse cuidado não teve pelo PT ao longo de 13 anos.
Professores, estudantes e trabalhadores da educação continuam desde as primeiras horas da manhã com suas manifestações em defesa das universidades federais, da pesquisa científica e do investimento na educação básica. Por volta das 13h, todos os Estados da Federação e o Distrito Federal registraram protestos.
Os atos acontecem após o MEC (Ministério da Educação) anunciar um congelamento orçamentário que atinge recursos desde a educação infantil até a pós-graduação, com suspensão de bolsas de pesquisa oferecidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Nas universidades federais, o bloqueio anunciado foi de 30% dos recursos destinados a gastos discricionários (como água, luz e serviços de manutenção).
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