O candidato Jair Bolsonaro (PSL) começou a corrida do segundo turno com uma larga vantagem sobre Fernando Haddad (PT), segundo a primeira pesquisa desta etapa, do Datafolha. São 16 pontos percentuais de diferença: o deputado tem 58% dos votos válidos contra 42% do petista – sem contar indecisos, nulos e brancos.
No eleitorado total, a distância entre os dois é menor: 49% para Bolsonaro e 36% para Haddad. Brancos e nulos somam 8%, enquanto 6% disseram estar indecisos.
A vantagem do candidato do PSL se deve principalmente ao eleitorado masculino, no qual vence por 63% a 37% dos válidos. No feminino, o placar é apertado: 52% a 48%.
No primeiro turno, Bolsonaro teve 46% dos votos válidos e 42% dos totais. Haddad conquistou 29% dos válidos e 27% dos totais.
Como ainda há eleitores indecisos, e como os nulos e brancos podem migrar para os dois candidatos, é possível a ocorrência de oscilações fortes nos resultados até o dia da eleição. Qualquer transferência direta de eleitores de um candidato para outro tem impacto duplo: a perda ou ganho de um ponto significa alteração de dois pontos na distância entre os dois.
A pesquisa foi divulgada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. A vantagem de Bolsonaro é a maior na largada de um segundo turno desde 2002, quando a primeira pesquisa Datafolha da reta final mostrou 64% dos votos válidos para o então candidato Lula da Silva (PT) contra 36% de José Serra (PSDB). No final, Lula venceu por pouco mais de 61%.
No atual Datafolha, a única região em que o candidato do PT fica à frente de Bolsonaro é o Nordeste (62% x 38% dos votos válidos). No Sudeste, o candidato do PSL vence por 63% a 37%. No Sul e no Centro-Oeste, Bolsonaro teria as maiores vantagens se a eleição fosse hoje: 70% a 30% e 69% a 31%, respectivamente.
Na região Norte, onde o PT costumava ficar à frente nas disputas presidenciais anteriores, haveria uma vantagem de onze pontos para Bolsonaro: 56% a 44%.
Na comparação dos votos válidos da pesquisa com o resultado registrado nas urnas no último domingo, Haddad avançou 18 pontos no Sudeste e o adversário 10 pontos. No Nordeste, ambos subiram 12 pontos. Tanto no Norte quando no Centro-Oeste, o avanço de Bolsonaro foi de 13 pontos e o de Haddad, de 8. No Sul, o candidato do PSL teve crescimento de 13 pontos e o petista de 10.
No recorte do eleitorado por região, a maior vantagem de Bolsonaro se dá entre os evangélicos: 70% a 30%. Entre os católicos, a disputa está mais parelha: 53% para o capitão reformado, 47% para o ex-prefeito de São Paulo.
O Datafolha mostrou ainda que o apoio a Bolsonaro cresce de acordo com a renda e a escolaridade. Com Haddad ocorre o contrário.
Foram ouvidas 3.235 pessoas em 227 municípios do País.
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