Em troca da reforma da Previdência dos militares, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) propôs aumentos salariais, de gratificações e adicionais, o que desagradou a base parlamentar do governo, segundo informações de O Globo.
O tratamento especial às Forças Armadas irritou líderes partidários. A reestruturação das carreiras militares ativou o balcão de negociações para que outras categorias sejam beneficiadas.
O texto prevê uma economia de R$ 10,45 bilhões em dez anos —1% do valor previsto com as mudanças na Previdência de civis, que é de mais de R$ 1 trilhão.
Segundo o secretário de Previdência, Leonardo Rolim, apesar das medidas, o déficit na Previdência das Forças Armadas vai continuar, porém em patamar menor e com resultado próximo do equilíbrio.
Em projeto de lei apresentado nesta quarta-feira, o governo propõe endurecer regras para que os militares entrem na reserva e aumentar a tributação para essas carreiras. Isso reduz as despesas públicas em R$ 97,3 bilhões em dez anos.
Por outro lado, Bolsonaro fez concessões, até mesmo com aumento salarial para a base da hierarquia militar. As contrapartidas representam gasto de R$ 86,85 bilhões na década.
Há um mês, ao apresentar a proposta de reforma da Previdência para trabalhadores da iniciativa privada e do setor público, a equipe econômica afirmou que o corte nos gastos com o texto dos militares seria de R$ 92,3 bilhões em dez anos, mas não citou que haveria alteração na estimativa com a reestruturação de carreiras.
A proposta enviada ao Congresso foi elaborada pelo Ministério da Defesa e finalizada na quarta em reunião entre Bolsonaro, comandantes das Forças Armadas e ministros do núcleo militar.
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