Com céu coberto por uma nuvem de fumaça provocada por intensas queimadas, o avião que levava o presidente Jair Bolsonaro para a cidade de Sinop, em Mato Grosso, teve de arremeter na hora do pouso nesta sexta-feira pela manhã. A nuvem de fumaça cobre o município e arredores na região e cidades vizinhas, como Cláudia, que tem recebido atuação constantes dos bombeiros militares, brigadistas e voluntários, informa O Estado de S. Paulo. Nesta semana o presidente Bolsonaro afirmou que o Brasil merece os parabéns por cuidar muito bem de seu meio ambiente.
"Aqui, quando nosso avião foi pousar, ele arremeteu. É a segunda vez que acontece na minha vida. Uma vez foi no Rio de Janeiro. Obviamente, é sempre algo anormal de estar acontecendo. No caso, é que a visibilidade não estava muito boa. Para nossa felicidade, na segunda vez conseguimos pousar. Nós estamos vendo alguns focos de incêndio acontecendo pelo Brasil, isso acontece ao longo de anos e temos sofrido crítica muito grande", afirmou Bolsonaro.
Segundo a assessoria assessoria da concessionária de aeroportos Centro-Oeste Airport, foi feito "um procedimento relativamente normal e comum para casos em que não se têm visibilidade total", em que o piloto "faz uma primeira aproximação, arremete e realiza na sequência o pouso normalmente".
Na chegada ao aeroporto de municipal João Batista Figueiredo, o presidente, que não usava máscara, cumprimentou apoiadores - a maioria produtores rurais. Um grupo de ao menos 20 manifestantes também estava presente. Eles levaram faixas criticando a construção da Usina Hidrelétrica de Sinop, multada recentemente em mais de R$ 30 milhões pela Secretaria de Estado e Meio Ambiente pela mortandade de milhares de peixes.
Ele e sua comitiva visitaram a usina INPASA para um "ato de homenagem do Agronegócio ao Presidente da República". "Obviamente, quanto mais nos atacarem melhor interessa para nossos concorrentes para aquilo que nós temos de melhor, o nosso agronegócio. Países outros que nos criticam não têm problema de queimada porque já queimaram tudo no seu país", afirmou Bolsonaro, minimizando os incêndios que ocorrem no Estado.
Nesta semana, o governo federal reconheceu a situação de emergência no Estado do Mato Grosso do Sul por causa dos incêndios florestais. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicaram que só nos primeiros dez dias de setembro foram contabilizados 2.550 focos de queimadas, 88% do volume registrado durante todo o mês de 2019.
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