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AstraZeneca não vende vacinas para as empresas

O laboratório AstraZeneca afirmou nesta terça-feira que não vai vender vacinas para o setor privado. A informação vem na esteira das notícias sobre uma frente de empresários que afirmava estar negociando 33 milhões de doses com o laboratório, que distribui o imunizante em parceria com a Universidade de Oxford, informa o Estadão. O movimento foi iniciado por industriais, mas o plano, por ser considerado incompleto, foi logo descartado por grandes empresas como Vale, Itaú e Vivo, entre outras.


Em nota, a empresa afirmou: "Todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, (...) não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado". No mesmo comunicado, a companhia disse: "Como parte do nosso acordo com a Fiocruz, mais de 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca (AZD1222) estarão disponíveis no Brasil, em parceria com o governo federal."


O movimento das empresas, iniciado na semana passada, tentaria acelerar a vacinação contra a covid-19 no País. A proposta que circulou em grupos de WhatsApp de empresários desde sexta-feira previa a compra de um mínimo de 11 milhões de doses (de um total supostamente disponível de 33 milhões), por US$ 23,79 a unidade. O valor está muito acima do pago pelo governo, no primeiro lote recebido da Índia, de US$ 5 a unidade.


Enquanto parte do empresariado defendia o uso de 50% dos imunizantes para vacinar funcionários, com a doação da outra metade ao Sistema Único de Saúde (SUS), grandes empresas acreditavam que todo o lote deveria ser destinado ao sistema público. No documento que circulou entre os empresários, não se explicava a origem desse estoque de vacina a ser adquirido.


O comunicado da AstraZeneca vem no mesmo dia da declaração do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu, nesta terça-feira, a possibilidade de empresas comprarem vacinas contra covid-19 para vacinarem seus funcionários e repassarem uma parte ao sistema público de saúde. "O governo é favorável a esse grupo de empresários trazer vacina a custo zero pro governo", afirmou Bolsonaro ao participar de evento virtual organizado pelo banco Credit Suisse.


A posição do presidente significa uma mudança de postura do governo em relação ao tema. Em reunião realizada há menos de duas semanas com os ministérios da Saúde, da Casa Civil e das Comunicações, empresas foram informadas de que o governo realizaria toda a imunização e de que não haveria necessidade de ajuda de empresários. À época, o governo disse que teria doses suficientes para vacinar a população e que a compra por empresas seria proibida.


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