Quanto mais o candidato tucano Geraldo Alckmin expõe seus projetos para o País no maior dos tempos do horário eleitoral pelo rádio e pela tevê, mais patina nas pesquisas, perdendo espaço para os oponentes radicais Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) e também para Ciro Gomes (PDT).
E o comando de campanha de Alckmin se encontra numa encruzilhada a esta altura da campanha. Que rumo seguir para reverter a situação: tentar tirar votos da direita, de Bolsonaro, ou da esquerda, de Haddad? Sabe que é missão quase impossível tirar votos da esquerda: tucanos são inimigos. E, a esta altura, talvez mais difícil ainda seria tirar votos de Bolsonaro, que assumiu o antipetismo e vem atraindo também os votos do centro.
A campanha começou errada, com ataques a Bolsonaro, quando teria de bater duro no candidato petista. Aliados mais pragmáticos de Alckmin passaram a defender nos últimos dias que o candidato faça diagnóstico mais pesado do cenário eleitoral, apelando ao pânico da população, informa a repórter Thais Bilenky, da Folha.
Esses integrantes da campanha avaliam que, para obter algum crescimento nas pesquisas de intenção de voto, será necessário expor de maneira muito mais severa o perigo de um segundo turno sem o tucano.
Alckmin já vem falando do risco do radicalismo e do populismo para o País, com o PSL ou com o PT. Chegou a mencionar o risco de o Brasil caminhar na direção da Venezuela. Mas, mesmo nessas circunstâncias, resiste a citar nomes.
Enfim, mesmo que tente bater duro, Alckmin não perde a elegância, o jeito simpático de ser. Simpático, mas nem um pouco competitivo.
O resultado até o momento: com receio do retorno do PT, eleitores conservadores que flertavam com candidaturas de Alckmin, João Amôedo (Novo), Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos) passaram a declarar apoio a Bolsonaro. Parece ser o caminho do voto útil.
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