Os dois candidatos ao segundo turno das eleições presidenciais parecem concordar num ponto: é preciso reformar a Previdência para acabar com os privilégios dos servidores públicos. Jair Bolsonaro, do PSL, diz que a reforma proposta pelo presidente Michel Temer não passa pela Câmara dos Deputados: "Não adianta uma proposta que, aos olhos apenas de economistas e de alguns políticos, é maravilhosa, mas que não passa no parlamento". Bolsonaro sugeriu, em vez da fixação de idade mínima aos 65 anos, uma meta inicial de 61 anos, evitando o risco de perder para a oposição no Congresso: "Não é como muitos querem".
No caso dos servidores públicos, o deputado que acabar com incorporações salariais nas aposentadorias, atacando o que chamou de "fábrica de marajás". Mas ele defendeu também regimes especiais para policiais e Forças Armadas.
Por sua vez, o candidato do PT Fernando Haddad diz que pretende uma reforma na Previdência "cortando privilégios" de quem recebe acima do teto: "Todos os auxílios que extrapolam o teto terão de ser cortados. O teto constitucional terá de ser respeitado".
Haddad afirmou também que regimes de Previdência dos Estados e municípios terão de ser revistos em virtude da situação das contas: "Já conversamos com vários governadores, sobretudo dos Estados que estão com maior dificuldade. E sei que vamos ter de sentar com os governadores e servidores para rever o quadro de aposentadoria".
Surpreende a rápida mudança de opinião e de programa do PT do primeiro para o segundo turno, pois o partido sempre votou contra qualquer reforma na Previdência, privilegiou e inflou ao máximo a categoria, manteve todos os benefícios nos seus treze anos de poder e daí sua forte vinculação com as corporações dos servidores, seus aliados de primeira hora.
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